Paróquia São Francisco de Assis

A Paróquia

1. Criação da Paróquia Na realidade não se encontra documento que fale a respeito da criação da Paróquia São Francisco de Assis exceto o Decreto. O que realmente motivou essa iniciativa infelizmente, se perdeu na poeira da História. As informações praticamente se limitam à correspondência entre Anápolis e a Cidade de Nova York posterior à data de fundação. O superior do Comissariado do Santíssimo Nome de Jesus informou em carta ao Ministro Provincial em Nova York na data de 22 de fevereiro de 1961 que a Cidade de Anápolis fora dividida em cinco Paróquias e que os Frades ficaram com três; a de Sant’Ana, a de Santo Antônio e a de São Francisco. Salienta que o frade designado para a paróquia residirá no Convento São Francisco, mas, ficará dispensado dos serviços no Colégio. Nela faz a observação que “além disso, o nosso próprio Colégio, a Santa Casa, o Convento Mãe Admirável e o futuro noviciado das irmãs franciscanas de Allegany se encontram no território da nova Paróquia São Francisco”. A Paróquia São Francisco de Assis foi criada no dia 11 de fevereiro de 1961 pelo Decreto n° 44, assinado por Dom Fernando Gomes dos Santos, Arcebispo Metropolitano de Goiânia no qual elenca os motivos da criação da Nova Paróquia:

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1.1 Decreto N. 44 Cria a Paróquia de São Francisco de Assis, na cidade de Anápolis. Aos que o presente decreto virem, Paz e bênção em Nosso Senhor Jesus Cristo. Atendendo as necessidades espirituais das almas e considerando o crescente número de habitantes da Cidade de Anápolis, resolvemos criar a Paróquia de São Francisco de Assis, desmembrando-a do atual território da Paróquia de Sant’Ana. Assim, depois de ouvir os Padres Consultores Arquidiocesanos, e os Vigários da cidade de Anápolis, pelo presente Decreto constituímos e erigimos canonicamente a Paróquia de São Francisco de Assis, com a seguinte linha divisória: Começa no ponto onde o Córrego das Antas atravessa os limites entre os Municípios de Anápolis e Silvânia, daí segue pelo mesmo Córrego, rumo Oeste até o ponto onde o Córrego passa por baixo dos trilhos da Estrada de Ferro, rumo sul, até os limites do Município; daí segue pelos limites paroquiais, rumo nordeste até o ponto de partida. A Igreja de São Francisco de Assis fica constituída com todas as honras e privilégios, em Matriz da nova Paróquia. Os fiéis auxiliarão o seu Pároco a construir a Casa Paroquial, bem como proverão a honesta e digna subsistência do mesmo conforme o costume. O presente decreto entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário; será lido à estação das Missas mais concorridas nas Paróquias de Sant’Ana e São Francisco de Assis. Os Rvmos Párocos das citadas Paróquias, farão a competente transcrição deste Decreto nos respectivos Livros de Tombo. Dado e passado na Cúria Metropolitana de Goiânia, sob o selo e sinal de Nossas Armas aos 11 de fevereiro de 1961, festa de Nossa Senhora de Lourdes. + Dom Fernando Gomes Arcebispo Metropolitano de Goiânia Con. Américo Sérgio Maia Chanceler da Cúria Esse Decreto foi lido nas missas do dia 9 de julho de 1961, quando Frei Cristóvão Neyland, OFM tomou posse como primeiro Pároco da Nova Paróquia. Os principais acontecimentos de 1961 foram: no dia 15 de agosto a Mitra Diocesana autorizou a criação das seguintes organizações religiosas: Apostolado da oração, Pia União das Filhas de Maria, Legião de Maria, Congregação Mariana e Vicentinos. A Paróquia São Francisco de Assis foi estabelecida depois da “Campanha da Fé e Bem Social” que estava sendo organizada por Sua Exa. D. Fernando Gomes dos Santos, o qual decidiu excluir a Paróquia da parte social da Campanha. Por outro lado, os párocos das Paróquias de Sant’Ana e Santo Antônio, bem como Frei Beraldo Francisco McInerney encarregado da Santa Casa, resolveram incluir a Paróquia São Francisco no montante financeiro resultante da Campanha.

O Arcebispo autorizou os párocos a comprarem uma condução em nome da Paróquia São Francisco para fins paroquiais. Felizmente os frades Franciscanos doaram um Jeep Wyllis à Paróquia com a condiçaõ de que o pároco se responsabilizasse em arcar com as despesas e manutenção no uso paroquial. Decidiu-se que a Paróquia usaria a capela do Colégio são Francisco. Não cobraria nenhuma espórtula para os batizados ou casamentos, mas somente para ornamentação especial da Capela, documentos que precisasse procurar ou licenças que exigissem taxa. Ficou decidido que qualquer donativo fruto de espontaneidade fosse entregue à Fábrica da Igreja e incluído nas receitas da Paróquia. O Arcebispo determinou o salário mensal do Pároco em Cr$10.000,00 (Dez Mil Cruzeiros) enquanto não tivesse qualquer cobrança ou espórtula para os Sacramentos do Batismo e de Casamento. Entretanto, os frades resolveram que enquanto o caixa não estivesse em melhores condições limitariam o salário para Cr$ 5.000,00 (Cinco Mil cruzeiros). Para se ter idéia do que se arrecadava em termos financeiros naquele tempo as coletas do mês de junho de 1961 somaram Cr$ 5 5.620,00, em Anápolis. Os recursos provenientes de coleta da fazenda Laranjeiras e donativos por ocasião dos batizados e casamentos somaram Cr$ 246,00. Além disso, foram gastos com conserto do Jeep Cr$ 5.400,00 e com gasolina, Cr$ 1.240,00, somados aos Cr$ 400,00 para a Cúria, aos Cr$ 4.970,00 com livros de casamento, batizados, tombo, papéis, tc. resumindo, a Paróquia ficou devendo Cr$ 8.868,00. Diante dessa difícil realidade os frades decidiram dirigir-se aos paroquianos nestes termos: “Lembremos aos nossos paroquianos, que temos somente o uso da Capela do Colégio enquanto não temos nossa própria Matriz. Por isso, pedimos carinhosamente, que todos ajudem, o quanto puder realizar logo que pudermos o nosso próprio estabelecimento paroquial. Por enquanto a maior força de renda para a Igreja é a das coletas dominicais, e precisamos da cooperação de todos”. Interessante que a Paróquia foi criada sem infra-estrutura. Não possuía nem um lote para se erguer a Matriz, sem falar das condições de sustento ao Pároco. Com o olhar de hoje constata-se que Frei Cristovão Neyland, OFM empreendeu um trabalho de grande envergadura e responsabilidade somente com coragem, vivendo na confiança em Deus e dependência total da Ordem.

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